Conheça a sinopse do enredo da Vila Isabel para 2023: ‘Nessa Festa, Eu Levo Fé’
5 de Agosto, 2022ENREDO VILA ISABEL 2023
NESSA FESTA, EU LEVO FÉ!
A religiosidade que motiva grande parte das comemorações em todo o mundo tem sua origem em cultos a divindades consideradas profanas se colocadas em oposição à ideia monoteísta, de um único deus, propagada por algumas religiões. Na festa do Carnaval da Vila Isabel, a fé vem acompanhada da diversidade, onde todos os deuses fazem parte da história de uma só humanidade, que trilha caminhos diferentes em busca da felicidade.
No começo, foi Dionísio na Grécia. O deus grego foi o princípio de tudo. Tempos depois, a mitologia romana incorporou Dionísio como Baco. O deus da uva, cultuado na época das colheitas, percorreu muitos lugares para semear a nova devoção, a entrega absoluta ao mais irresistível desejo: o de celebrar! Seu vinho entorpecia os sentidos, embriagava a alma, aproximava os corpos, libertando as mulheres que dançavam em rodopios para homenageá-lo e se entregarem ao êxtase místico. Seus ensinamentos frutificaram e atravessaram os séculos. Baco, o deus das festas, atendendo ao chamado da Vila Isabel, renasce e inicia uma nova caravana que chega à Sapucaí e faz um desfile para afastar a tristeza, animar os corações e semear felicidade.
O cortejo divino que invade a Avenida e contagia o público canta forte e canta alto, embalado pelo ritmo emocionante da bateria. Todos dançam para evocar a divindade que deu origem a todas asfestividades! Evoi! Evoé! Que soem os tambores! A festa de todas as festas vai começar!
QUEM NOS ENSINOU A FESTEJAR… FORAM DEUSESMILENARES!
Se os antigos gregos e romanos nos brindaram com o mais puro vinho da celebração, os egípcios nos ensinaram a comemorar o ano inteiro. Seus festivais eram uma espécie de libertação, de catarse coletiva dos problemas da vida dura e entediante, onde o que se queria era brincadeira e diversão para afastar as tensões das guerras, agradecer e pedir favores aos deuses. De todas as festas, uma das mais populares era dedicada a
Da Mesopotâmia, vem o Akitu, uma espécie de pacto, onde o destino da humanidade era receber prosperidade se cultuasse os deuses. Marduk, uma divindade de vida, morte e renascimento, inaugurava um novo ciclo de estações para a agricultura, sempre que os humanos o cultuavam. Esse antigo festival de tradição assíria acontece até os dias de hoje. O que poucos sabem é que ele influenciou o mundo na realização das festas do Ano Novo. Feliz Akitu!
Uma explosão de cores começa a encantar a Avenida com o Holi Festival, um dos mais antigos da Índia, que se espalhou por diversos lugares do mundo para comemorar a chegada da primavera e da renovação da esperança. As pessoas jogam pós coloridos umas nas outras, e as cores simbolizam
A Inti Raymi, Festa do Sol, é a mais importante celebração da cultura andina, que remonta aos tempos da chegada da ocupação Inca em território peruano. O festival tem origem em uma súplica para que o deus Sol iluminasse as montanhas geladas no topo das Cordilheiras dos Andes e garantisse bons períodos de plantios e colheitas. Mas, naverdade, esse culto foi inspirado pela antiqüíssima civilização de Tiwanaco, na Bolívia, onde está a famosa Porta do Sol.
As tradições milenares representadas no Ano Novo Chinês, uma festa que dura 15 dias, ganham vida na Passarela! A Dança do Leão, que vem dos tempos das dinastias Han e Tang, como uma cerimônia para exorcizar espíritos maléficos e invocar sorte e felicidade, faz parte dessa tradição. O Festival das Lanternas encerra as comemorações e é muito especial, pois é a primeira noite de lua cheia do calendário da China, marcado pelo retorno da primavera. Acredita-se que o imperador Han Ming, um defensor árduo do budismo, há cerca de dois mil anos, ao saber que os monges, em respeito ao Buda, iluminavam os templos com lanternas, no décimo quinto dia do primeiro mês lunar, ordenou qu
Iluminada a Avenida pelos cultos que pediam proteção e prosperidade aos antigos deuses mitológicos, o cortejo atravessa o tempo para apresentar as festividades que direcionam a devoção de seus fiéis a divindades e santos protetores em diferentes lugares do mundo.
TEM PADROEIRO NO MUNDO INTEIRO!
As ruas espalhadas em todo o planeta recebem devotos o ano inteiro, para louvar seus protetores e padroeiros. São milhões de pessoas que se dedicam a praticar a fé com a paixão de quem quer obter uma graça, agradecer ou, simplesmente, participar da festa! O sentimento coletivo de comunhão e alegria mantém vivas tantas tradições e manifestações populares mundo afora.
E, no Japão, são incontáveis as divindades e celebrações! De origem xintoísta, os festivais “matsuri” reverenciam guardiõe
Pelas ilhas Filipinas, na Ásia, o Festival Sinulog recebe milhões de pessoas de diversos lugares, encantadas com as danças rituais e amúsica dos tambores e gongos nativos em homenagem ao protetor Santo Niño. A devoção à imagem do Menino Jesus surgiu a partir da fusão do catolicismo com as crenças dos povos originários, que os colonizadores não conseguiram impedir.
Em terras irlandesas, irreverentes e animados desfiles celebram o Dia de São Patrício, padroeiro nacional, refletindo o sincretismo da fé católica com as tradições pagãs dos antigos povos celtas e seus sacerdotes druidas. O verde das fantasias de duendes e do trevo, símbolo de sorte e do início da primavera desde os ancestrais, toma conta das ruas, com muita música, comida e bebida!
Já em Valência, na Espanha, a adorada santa protetora recebe uma bela e colorida homenagem que deslumbra a todos. O cortejo da Oferenda das Flores à Virgem dos Desamparados ocorre durante os festejos das “Fallas” pagãs locais. Milhares de “
A FESTA NOSSA DE CADA DIA
Baco, o deus do êxtase, conduz o desfile às terras brasileiras, onde os festejos também pertencem ao reino do sagrado e do profano. As festas nossas de cada dia têm o poder de espantar a dor e a misériacom a mais pura alegria! O país possui inúmeros folguedos de fé que mostram a diversidade de tradições e o sincretismo de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas.
Uma das maiores manifestações reli
Mas “num tem festa mió” que a Junina! É Santo Antônio, São João e São Pedro, é pular fogueira, dançar quadrilha e comer de um tudo que é comida típica! Colocar a roupa caipira, brincar no ritmo contagiante do “arraiá” e cair na festança até o dia clarear! E não perder o casamento na roça, que, além de divertido, faz homenagem ao santo casamenteiro.
Os festejos de fé se espalham pelos campos e cidades brasileiras. A Cavalhada, um folguedo que veio de Portugal, tem origem nos torneios de cavaleiros medievais. É a teatralização de uma batalha ao ar livre entre cavaleiros cristãos e mouros, belamente ornamentados, que acontece em diversas cidades do interior. Outros personagens irreverentes e mascarados, de caráter profano, também fazem parte desse folclore, saindo pelas ruas a galope em uma grande algazarra!
Em Belém do Pará, acontece o Círio de Nazaré, a maior manifestação católica do país e um dos maiores eventos sagrados do mundo! A cidade inteira é pura emoção e alegria! M